Eu sempre falo que sou chata pra livros. Normalmente o pessoal que me conhece concorda porque eu sou chata mesmo, então é o normal ser chata com os livros também rsrs
Mas uma conversa no whatsapp essa semana (ou foi semana passada?) me fez entender exatamente por que sou chata. Simples: eu sou detalhista. Demais. Mesmo que eu mergulhe e empolgue com a história, vou prestar atenção naqueles pequenos detalhes, e se eles não encaixarem vou ficando tão incomodada que acabo largando o livro. E isso acontece com bastante frequência, diga-se de passagem.
Mas como assim, detalhes? Vou explicar usando a tal conversa no whatsapp.
A Jéssica, minha primeira beta da série Crônicas de Táiran, está lendo Protetora. Aí ela veio me perguntar se eu gosto de tranças. Não entendi o motivo, e respondi que amo (nem uso trança quase o tempo todo, imagina!). Aí ela veio comentar que nenhuma das minhas personagens fazia rabo de cavalo ou coque – era sempre trança. Parei, pensei, resmunguei que isso devia ser uma coisa óbvia… E fui explicar.
No caso das Crônicas de Táiran, eu tenho três protagonistas – Aíla, Ezi e Krisla – que são guerreiras e têm cabelo comprido. Então eu precisava fazer isso funcionar dentro do ambiente delas. Cabelo solto voa, cai no rosto, atrapalha a visão. Rabo de cavalo alto idem, no caso dos cabelos muito grandes, sem falar que é muito fácil um adversário agarrar o cabelo. E o rabo de cavalo baixo é meio “desleixado” demais, além de que o cabelo continuava incomodando quando voa pra todos os lados. Coque até poderia funcionar… Mas é difícil de fazer (especialmente se você tiver muito cabelo, tenho péssimas experiências com isso), chatinho de manter, e dependendo do tanto de cabelo chega a dar dor de cabeça por causa do peso e tals. E então eu tenho uma trança. Ou embutida ou baixa (sabe a trança da Elsa? Aquela). Não tem cabelo voando, é fácil e rápida de fazer, e mesmo que bata nas costas e também possa ser agarrada, na minha cabeça é a melhor alternativa (já que não quero cortar o cabelo delas rs).
O aireni me segurou pela minha trança, puxando minha cabeça para baixo até que eu estivesse meio inclinada sobre ele. Ainda tentei reagir, mas estava fraca demais. – Sentinela, pág. 99
Expliquei isso tudo e a Jéssica virou pra mim e soltou um “nossa, nunca ia ter pensado nisso”.
Deu pra entender o nível de “chatice”? São detalhes que não são cruciais para o desenvolvimento de qualquer história, mas que dão uma profundidade maior ao mundo e à situação que está sendo mostrada. E quando esses detalhes não estão ali ou não encaixam… 🙁 Mata a história.
E eu tenho a leve impressão de que esse vai ser o primeiro de alguns tantos posts “sobre detalhes”. Jéssica, você criou um monstro hahaha