Resenha – Lake Silence (World of the Others #1)

E assim a gente mede o nível de surto: fiz resenha. Pois é. Aí como já postei no Goodreads e no Skoob (o que já é um milagre), bora jogar aqui também.

Sem quotes e etc, porque simplesmente não tenho condições de voltar no livro catando. Não me recuperei dele ainda e ainda tenho que ler Burn Bright antes de terça (que tem mais lançamento que estou esperando).

Nessa fantasia emocionante e cheia de suspense, se passando no mundo da série bestseller do New York Times The Others, Vicki DeVine e sua inquilina, a metamorfa Aggie Crowe, dão de cara com um cadáver... e se veem enredadas em perigos e segredos obscuros.

As leis humanas não se aplicam no território controlado pelos Outros - vampiros, metamorfos e seres paranormais ainda mais mortais. E este é um fato que os humanos jamais devem esquecer...

Após seu divórcio, Vicki DeVine assumiu uma estância rústica perto do Lago Silêncio, em uma cidade humana que não é controlada pelos humanos. Cidades como a de Vicki não têm nenhuma distância dos Outros, os predadores dominantes que governam a maior parte da terra e toda a água em todo o mundo. E quando um lugar não tem fronteiras, você nunca sabe o que realmente está observando você.

Vicki estava esperando encontrar uma nova carreira e uma nova vida. Mas quando sua inquilina, Aggie Crowe - uma metamorfa dos Outros - descobre uma cadáver, Vicki encontra problemas em vez disso. Os detetives querem culpá-la pela morte do homem, apesar da evidência de que nada humano poderia ter matado a vítima. Enquanto Vicki e seus amigos procuram respostas, as coisas ficam perigosas - e eles precisarão de todas as suas forças para permanecerem vivos.

Autora: Anne Bishop
Lançamento: março/2018
Editora: Ace
Gênero: Fantasia Urbana
Goodreads: aqui
Amazon: aqui

Ok, vamos por partes. Um resumão para quem não faz ideia de o que é essa série.

Esse livro é um spin off da série The Others, que eu comentei a respeito por alto nos posts de melhores do ano de 2016 e 2017. É uma série de fantasia urbana com uma dinâmica bem diferente do normal: não são os seres sobrenaturais escondidos ou até mesmo brigando pelo seu espaço lado a lado com a humanidade. São os seres sobrenaturais controlando a maior parte do mundo. Em algumas partes do mundo a humanidade tem seus territórios próprios, mas nas Américas todo toda a terra é controlada pelos seres sobrenaturais - os Outros. Isso quer dizer que as cidades, vilas, estradas e tudo mais são construídos em territórios alugados.

As grandes cidades têm um lugar chamado Pátio, que é uma área enorme na cidade controlada pelos Outros. Os seres sobrenaturais que vivem e têm negócios no Pátio são os intermediários entre a humanidade e os demais deles. Funcionam como uma ponte, estudando a humanidade, observando o que estão fazendo e sim, julgando o que veem, até certo ponto. As cidades menores e vilas não têm nada disso. Elas podem até ser humanas, mas não são controladas pelos humanos. Os Outros estão ali em volta o tempo todo, sem nenhum tipo de fronteira definida como os Pátios.

E para finalizar os resumão: os seres sobrenaturais podem até ter alguma semelhança com os que já conhecemos. Vampiros, metamorfos... Mas eles não são como os que estamos acostumados a ler. Eles nunca foram humanos nem têm nenhum tipo de parentesco com a humanidade. São realmente Outros, que com o tempo se adaptaram e aprenderam a usar novas formas. E todos eles consideram a humanidade como lanchinho, de uma forma ou outra.

Ok, acho que já deu pra fazer um geralzão. Bora lá.

Eu falei que não ia ter quotes? Mudei de ideia.

 

Eu não teria ficado sabendo sobre o homem morto se não tivesse entrado na cozinha no exato momento em que minha única inquilina ia esquentar um olho no microondas.

E o livro começa desse jeito aí. Yup. Pois é. Bom, Lake Silence se passa algum tempo depois de Etched in Bone, o último livro da série principal. Ao contrário da série, que se passou em Lakeside, uma cidade controlada pelos humanos e com um Pátio, com só alguns momentos em vilas ou fazendas, Lake Silence se passa totalmente na cidade de Sproing. É uma cidade pequena, com cerca de trezentos habitantes, o que é praticamente sinônimo de: não é controlada pelos humanos. Apesar do pessoal da cidade dizer que nunca viu um dos Outros e tudo mais, é uma cidade na Área Selvagem e controlada pelos Outros. O lago pertinho da cidade, chamado Silêncio, tem placas para todo lado dizendo que motores são proibidos. Uns animaizinhos estranhos chamados sproingers pulam pela cidade e param na porta das lojas esperando ganhar cenouras... E ainda assim as pessoas da cidade insistem que nunca tiveram o menor contato com os Outros. Certo.

Sair de Lakeside doeu um pouquinho, porque não adianta, eu queria mais do pessoal ali. Tanto é que berrei só de mencionarem alguns nomes. Mas ter a visão de outro lugar e, melhor ainda, de uma vila pequena em território selvagem, sem aquela dinâmica do Pátio e tudo mais... Eu amei isso. Amei demais.

A Vicki é uma protagonista que eu amei desde o começo. Meio doida, com problemas de foco e uns pensamentos meio sem noção que eu super me identifiquei (Vaporzinho. Ainda tô rindo sozinha disso), ela definitivamente não é uma mocinha "forte" tradicional. Se bem que nenhum das protagonistas da Anne cai nesse estereótipo. Vicki está reconstruindo a vida depois do divórcio, lidando com o estrago psicológico de um casamento abusivo de uma década. Então sim, ela é insegura, ela tem crises de ansiedade e problemas em confiar nas pessoas... Mas ao mesmo tempo está fazendo tudo o que pode para dar a volta por cima - tentando não ser a donzela indefesa que sempre vai ter que ser salva, mesmo que seja só uma humana no meio dos Outros.

Não vou falar demais da história porque ainda estou surtada e não posso parar para reler de novo agora. Sem mencionar que estou surtada o suficiente para soltar spoilers sem perceber, então vai o geralzão:

Padrão Anne de qualidade, como sempre. Os personagens continuam todos sendo extremamente reais e humanos, tanto pelo melhor lado quanto pelo pior. É por isso que gosto tanto das histórias dela: os vilões não são alguma coisa "fora" da nossa realidade. São pessoas que é fácil demais pensar que são reais, movidas por arrogância e ambição. Nada que soaria estranho numa manchete de jornal. Os problemas também não são fora da nossa realidade. É simplesmente alguém tentando tocar a vida, encontrando problemas, obstáculos e também amigos no caminho. Não é uma história épica de uma pessoa poderosa que vai mudar o mundo. É uma história de uma pessoa comum que está mudando a sua própria vida - e com isso influenciando o mundo ao seu redor e aprendendo mais sobre si mesma. É isso que me faz surtar tanto com os livros dessa mulher.

 

"O que estava planejando fazer com a tesoura, Ineke?" ele perguntou.

Ela se virou para ele, com uma expressão assassina nos olhos escuros. Levantou a tesoura e a encarou. Abre, fecha. Abre, fecha.

"Nada," ela falou com um sorriso que fez as bolas de Grimshaw encolherem e o suor escorrer por sua coluna. "Maxwell deu um jeito."

Eu quero mais. Só consigo pensar nisso. Espero demais que a Anne continue contando histórias nesse mundo, porque nossa, amo com força. A série tem uma pegada slice of life desde o começo, aquela coisa de "só o dia a dia" mesmo, mas isso é justamente uma das coisas que a diferenciam de trocentas outras, mesmo que sejam histórias sem tanto quebra pau, por assim dizer (não dá pra falar que não tem sangue, porém).

E é isso. O primeiro surto pra valer do ano. Ainda tem mais um bocado por vir. Só sei que quero logo as amigas que estão acompanhando essa série lendo esse livro, porque AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

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